A população de Santa Lúcia acompanha com preocupação a implantação dos pórticos de pedágio no município. As estruturas começaram a ser instaladas há cerca de uma semana e a expectativa é de que as obras sejam finalizadas até o fim do ano. De acordo com o cronograma divulgado, a cobrança das tarifas deve iniciar em 26 de janeiro.
Diante desse cenário, moradores se mobilizam para realizar um protesto contra a concessionária responsável pela rodovia. O principal objetivo da manifestação é chamar a atenção para o que a comunidade considera falhas no cumprimento de obrigações contratuais já nesta fase inicial do processo.
Um dos pontos que mais geram insatisfação é a ausência de retornos ao longo da rodovia. No trecho entre Santa Lúcia e Lindoeste, por exemplo, não há nenhum retorno disponível, o que dificulta o deslocamento dos usuários. Lideranças do movimento defendem que, conforme previsto em contratos e normas técnicas, deveria haver retornos em intervalos aproximados de cinco quilômetros.
Outra situação apontada como preocupante ocorre na localidade de Cerro Azul. No local, existe uma abertura improvisada na mureta que separa as pistas, utilizada atualmente como acesso por algumas comunidades e também como retorno provisório. Segundo os moradores, essa alternativa não oferece segurança adequada e precisa ser devidamente estruturada pela concessionária.
Também há questionamentos em relação ao acesso à comunidade de Alto Pará. Na região, existe uma estrada que liga à comunidade do Barrinha. Até recentemente, motoristas realizavam uma conversão irregular nesse ponto, que agora está sendo fechada. Com isso, os usuários são obrigados a seguir até Cerro Azul para realizar o retorno, aumentando consideravelmente o trajeto.
O problema se agrava pelo fato de que, nesse deslocamento, os moradores precisarão pagar duas tarifas de pedágio — uma na ida e outra no retorno. Um dos integrantes do movimento, que preferiu não se identificar, destacou que embora exista uma estrada vicinal asfaltada na região, isso não isenta a concessionária da responsabilidade de oferecer acessos e retornos adequados como alternativa segura aos usuários da rodovia.
Diante desse contexto, cresce em Santa Lúcia um movimento organizado de moradores insatisfeitos. O grupo pretende formalizar uma associação para defender os interesses da comunidade e já articula uma manifestação na rodovia como forma de pressionar por soluções. As lideranças também mantêm diálogo com moradores de Lindoeste e Capitão Leônidas Marques, que relatam enfrentar problemas semelhantes.
Reivindicações da comunidade
Os manifestantes afirmam que não são contrários ao desenvolvimento, mas exigem o cumprimento integral dos compromissos assumidos. Entre as principais reivindicações, estão:
• Garantia dos direitos dos usuários da rodovia;
• Conclusão dos retornos ao longo do trecho;
• Implantação e finalização dos viadutos previstos;
• Conclusão adequada dos acessos às comunidades;
• Definição de tarifas consideradas justas pela população.
Segundo o movimento, caso essas demandas não sejam atendidas, a comunidade não aceitará a implantação do pedágio nas condições atuais.
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